top of page

A residência de preparação do TRAÇA teve lugar na floresta primária da Ilha da Madeira, na zona do Fanal e Fajã da Nogueira, na 1ª quinzena de Dezembro, com Sara Anjo.

TRAÇA trabalha a relação do corpo com o território e na Ilha da Madeira foram feitas várias caminhadas de visitas às árvores centenárias da Floresta Laurissilva, uma das principais manchas de floresta primária da Europa.

Este floresta permanece intacta devido à orografia da ilha, de difícil e árduo acesso, que impede a típica acção do ser humana de exploração e extracção.

© Carlos Carneiro e Sara Anjo

Em Novembro de 2020 ainda numa fase preparatória do projecto, houve a convite da professora Anabela Mendes, a participação nas aulas de Estética de Artes do Espectáculo do curso de Estudos Artísticos, da Faculdade de letras de Lisboa.

A partir das partituras desenvolveu-se esta gravação audio, com a colaboração das alunas: Adriana Gonçalves, Araiana Gambala, Diana César, Giulia Dal Piaz e Leonor Madureira. Esta gravação tem sonoplastia de Sara Anjo e masterização de Artur Pispalhas.

Traçar MemóriasTRAÇA
00:00 / 12:06

A sua primeira residência de criação teve lugar no Espaço do Tempo, na 1ª semana de Janeiro, com Flora Détraz, Nádia Yaracema, Sara Anjo e ainda com Mickaella Dantas à distância a partir de Londres.

Este um projeto que coloca o corpo em relação direta com o território e desta primeira experiência destacamos a visita à herdade do Freixo do Meio. Observámos as plantações de agrofloresta, uma utopia em marcha que vem provar que o solo e a paisagem do Alentejo não é monótona, muito menos desértica. Dançámos junto do Zambujeiro do Tempo, uma árvore milenar que nos faz viajar por um tempo dilatado e ainda subimos à Pedra Alta, onde os nossos ancestrais do megalítico se encontravam para rituais.

© Inês Sambas e Sara Anjo

A 2ª residência teve lugar na 3ª semana de Fevereiro, online entre Londres e Lavre (Alentejo), com Sara Anjo e Mickaella Dantas.

Houve uma exploração intricada e simbiótica do corpo e a sua relação com o meio envolvente.

Trabalhamos ainda a partir do princípio de que no começo era o movimento, a vida embrulhada na Terra. Os corpos, tantos e tão variados, fundiram-se até se erguerem sobre os dois pés, oscilando e visando o equilíbrio, pois os corpos são campos de forças atravessados por mil vectores, tensões e fruições

© Mickaella Dantas e Sara Anjo

Para inspirar as peças sonoras do projecto fomos até à Fundação das Salinas do Samouco, na última semana de Fevereiro. Estas salinas ficam situadas na reserva natural do estuário do Tejo, são a maior zona húmida do país e um santuário para peixesmoluscoscrustáceos e, sobretudo, aves.

Nesta altura do ano, as Salinas do Samouco, são um refúgio na maré alta para o Maçarico de Bico Direito, uma ave de grandes voos migratórios. Para além desta espécie de ave, escutamos e avistamos várias outras, nomeadamente os exuberantes Flamingos.

© Artur Pispalhas e Sara Anjo

As filmagens dos vídeos do TRAÇA II e TRAÇA III foram feitas pelas Joana Linda e decorreram com a Flora Détraz, a Nádia Yracema e a Sara Anjo. Voltámos às Salinas do Samouco para filmarmos junto a este santuário de aves, onde o ritmo das marés remete-nos para diversas paisagens e diferentes ecossistemas.

Estivemos também em Lavre, uma vila do Alentejo, junto de sobreiros cujo crescimento deu lugar a árvores com curiosas formas.